Versátil, o tecido está presente em composições de diversos estilos. Saiba como usá-lo e conheça um pouco de sua história.
O tule é aquele tipo de tecido que a maioria de nós já usou pelo menos uma vez. E mesmo quem nunca ouviu falar, com certeza sabe bem do que estamos falando, porque esse é um dos materiais mais populares de todo o mundo, utilizado na confecção dos mais variados modelos de vestido.
O tule surgiu há mais de 300 anos, na cidade de Tulle, na França, que batizou também o material. Em um primeiro momento, ele era utilizado apenas para forrar saias e criar babados, mas, aos poucos, foi conquistando outros espaços dentro da moda.
Um fato curioso que contribuiu para a sua disseminação aconteceu em 1832, mais de 100 anos depois de seu surgimento, quando Marie Taglioni usou uma saia composta por várias camadas de tule que se alongavam até os tornozelos. Esse modelo hoje em dia é ainda presente e conhecido como “tutu romântico”.
Oito anos depois, 1840, o tule foi o principal material no vestido de noiva da Rainha Vitória.
Contexto contemporâneo
Nos dias de hoje, o tule ainda é usado em composições clássicas e especiais, como vestidos de noiva e de balé, sendo este, inclusive, sua marca registrada. A verdade, contudo, é que a moda contemporânea utiliza o tule em diversos outros tipos de vestido, e o que antes era exclusivamente clássico, hoje é extremamente democrático.
Vestidos mais curtos e com bordados, por exemplo, são ótimas apostas para as noites quentes de verão em eventos onde se exige um look mais sofisticado. Esse é um ótimo exemplo de como um modelo românico pode ser sexy e elegante ao mesmo tempo.
E se engana quem pensa que o vestido de tule necessariamente é rodado. Existem diversos modelos da peça que são mais ajustados ao corpo.
Na cor preta, por exemplo, com um salto pata de vaca, é uma boa aposta para baladas, barzinhos e encontros.
Já quem gosta de vestidos soltos e mais românticos, compridos, ideais para usar com rasteirinhas, o tule também é um tecido que é bastante utilizado nessa estética de moda.
Por fim, por ser transparente, o tule oferece bastante espaço para criatividade na hora de composições que se engajam com a proposta da sobreposição.
Aqui, vale pontuar que a sobreposição vai muito além do simples ato de colocar uma peça em cima da outra. O conceito, na verdade, é que todas as peças sobrepostas aparecem de alguma forma.
O tule na cena punk
Talvez, nos dias de hoje, não seja mais uma surpresa para ninguém: o tule é um tecido bastante presente na cena punk, desde os mais fashionistas até os rebeldes, mas a primeira vez que isso aconteceu foi um choque para a sociedade, vez que este era um tecido especialmente associado à pureza da feminilidade clássica.
Um bom exemplo de como isso está presente na cultura global é apresentado no filme “Quem é Essa Garota?'', estrelado pela rainha do pop Madonna. No filme, a estrela é uma garota rebelde e corajosa, acusada injustamente de ter participado de um crime que não cometeu.
Em um cenário particularmente punk, Madonna apareceu com looks que misturavam o tule e o couro de maneira agressiva e muito bem composta.
Poucos anos depois, vestidos de tule foram incorporados à cena punk em diversos desfiles da moda de alta costura. O melhor exemplo disso está nas criações da estilista inglesa Vivienne Westwood, conhecida mundialmente como a rainha do fashion punk
Uma tendência um pouco mais recente, que acompanha a popularização dos brechós, é o garimpo de vestidos vintage de tule por adolescentes e jovens modernos, especialmente artistas e influencers que conseguem recontextualizar peças clássicas com uma atitude mais radical.
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