Países vizinhos do Brasil trouxeram várias influências para a cultura do Rio Grande do Sul.
Brasil, Uruguai e Argentina dividem muito mais que apenas uma fronteira. A proximidade natural entre os três países colaborou para que, ao longo da história, houvesse um intercâmbio entre suas culturas, o que acabou forjando muito da história do estado gaúcho.
Antes de comprar uma passagem de ônibus para Porto Alegre, vale a pena entender um pouco mais sobre a relação que o estado, sua cultura e seus costumes têm com os países vizinhos. Essas influências podem ser sentidas tanto no dialeto gaúcho como em outros símbolos atrelados ao estado, como o churrasco e as tradicionais vestimentas dos pampas. O texto abaixo explora um pouco mais de como funciona essa relação.
Gaúcho e gaucho
Quem nasce no Rio Grande do Sul é denominado “gaúcho”. Entretanto, essa não é uma palavra que se refere apenas aos nascidos do estado. Originalmente, o termo está ligado às pessoas da atividade pecuária nos campos naturais dos pampas, bioma presente no Brasil, Uruguai e Argentina.
No Brasil é utilizado o termo “gaúcho”, enquanto os países de língua espanhola usam gaucho, com a sílaba tônica no “a”. Neles, gaucho é sinônimo de trabalhador rural. As características desse estilo de vida pastoril ajudaram a construir uma cultura própria, sendo resultado do amálgama das culturas indígena e ibérica. Alguns consideram o estilo equivalente ao cowboy norte-americano.
Essa cultura do gaucho é respeitada e valorizada na Argentina e no Uruguai. Já a associação do “gaúcho” com o Rio Grande do Sul foi resultado de um movimento literário do fim do século XIX de características regionalista e romântica, quando passou-se a investir e valorizar a cultura local.
O falar gaúcho
As influências da cultura da bacia da Prata, que abrange a Argentina e o Uruguai, também podem ser notadas no modo de falar dos gaúchos e até dos estados vizinhos. Há uma série de expressões que são compartilhadas entre os três países, fruto da influência do castelhano no sotaque e léxico dos gaúchos.
Esse léxico espanhol fez com que os gaúchos modificassem e adaptassem para o português uma série de palavras. Alguns dos exemplos são: alambrado, arreglar, changador, matambre, pajonal, carajá e calaveira. Também deve-se incluir os vocábulos terminados em “aço” como buenaço e guascaço, assim como os que finalizam em “ito”, como gauchito, tranquilito e malito.
Vestimentas
Também há influências quanto às clássicas vestimentas dessa cultura, que ainda são muito utilizadas no interior do Rio Grande do Sul, sobretudo em cidades pequenas. Os gaúchos e gauchos compartilham peças de origem inídigena (como pala e poncho), europeia (camisa, bota e chapéu) e túrquica (bombacha).
Essas roupas ainda são muito utilizadas por quem trabalha diariamente no campo, já que elas são adaptadas à rotina da vida campeira. A tradicional bombacha é amplamente utilizada em regiões da campanha, dos campos de cima da serra e da fronteira oeste.
O amor pelo churrasco
Um dos principais símbolos do Rio Grande do Sul é seu churrasco, que se tornou tradição e ganhou o resto do Brasil. Essa paixão é parte importante da identidade cultural gaúcha e tem origem em terras pampas, sendo também um prato bastante saboreado na Argentina e no Uruguai.
Por aqui, o tradicional prato surgiu em comunidades indígenas catequizadas pelos jesuítas, ainda no século XVII. Depois de um tempo, os tropeiros adaptaram o modo de preparo, que ainda teve um novo salto com a introdução do gado de raça britânica no bioma pampa, no início do século XX.
Esses são alguns dos pontos em que essas culturas se encontram. Por isso, para conhecer a fundo e explorar o universo desses costumes e tradições, vale a pena visitar não apenas o Rio Grande do Sul, mas também os países limítrofes.
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